sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sobre os Fios da Ancestralidade - Trançando ideias 2015‏

O nosso bate papo crespo vem desembaraçar e assanhar nossas cabeças, rememorar um pouco da história e contribuir nesse caminho de afirmação e positividade que nossa beleza carrega. Armado é também o nosso desejo de compartilhar os saberes de nossas cabeças fortalecendo a nossa identidade. Essa troca de conhecimentos nos ajuda a refletir sobre e como nossa imagem negra afirmada se apresenta e é representada diante de uma sociedade que não vê beleza em nós.


PROGRAMAÇÃO 
TRANÇANDO IDEIAS O LADO DE DENTRO DA CABEÇA
13:00hs – Acolhida – DE QUE RAIZ VOCÊ SURGE
TECENDO AS PALAVRAS - Visão de mundo, autoconhecimento e partilha
Leitura dos trechos de textos 
- Vivendo de amor – Bell Hooks
- Cabelo Oprimido é um teto para cérebro – Alice Walker
- Cabelo e trajetória de vida – Nilma Gomes
- Cacheada não, Crespa – Laura Elisa

Vídeos - Enraizamento e Outras histórias
- Representação Estética do Negro na Mídia;
- Afetividade entre Pretos e Pretas
- O lado de cima da Cabeça
Os Tecidos e a Tranças africanas como símbolos sociais de afirmação e resistência - Apropriação Cultural
18:00hs Mística Final: Duro não é o cabelo – Akins Kinte

Local: SCS, QD 01, Bloco L, Nº 17, cobertura - Ed Marcia, Brasília/DF
Dia: Sábado 26 de setembro
Horário: 13hs
ATENÇÃO: Teremos um lanche coletivo, leve algo para contribuir

segunda-feira, 6 de julho de 2015


   
O Fórum de Juventude Negra do Distrito Federal e Entorno, em sua Acolhida (sábado 04 de julho), para novos membros e organização das atividades de base para o 2º semestre de 2015.


    Entre os diálogos sobre o planejamentos e estratégias para o trabalho, fizemos a leitura do texto: A mística: parte da vida e da luta do livro Trabalho de Base de Ranulfo Peloso, e a leitura do poema, Duro não é o cabelo de Akins Kinte.

    Aqueles que ainda tem interesse em participar e contribuir nas ações, entre em contato pela página da internet ou pelo email: forumdajuventudenegradf@gmail.com.

   Lembrando que, o FOJUNE DFE, consiste em um espaço de interação afrocentrada permanente envolvendo articulação, diálogos, aglutinação de coletivos, movimentos, organizações de juventude negra e demais jovens negros interessados em uma "Nova Perspectiva na Militância Étnico-Racial” no âmbito do Distrito Federal, em conjunto com o FONAJUNE - Fórum Nacional de Juventude Negra.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ato contra redução da maioridade penal marca 13 de maio em Brasília

Ato contra redução da maioridade penal marca 13 de maio em Brasília

A Frente Nacional Contra a Redução da Maioridade Penal realizou o ato “13 de maio, abolição pra quem?”. A pergunta não ficou sem resposta: para protestar muito

Batendo de frente com a face da opressão
Em amplo movimento de protesto em frente ao Conic, para marcar a passagem do 13 de maio com a pauta e a poesia da militância negra, a Frente Nacional Contra a Redução da Maioridade Penal fez o busto de Zumbi sorrir. No breu de quatro postes mantidos apagados, cerca de cinquenta pessoas se aquilombaram e deram voz ao protesto contra alteração legal que só quer facilitar o extermínio da juventude negra.
Os cartazes do FOJUNE DFE, Coletivo de Entidades Negras/CEN, Coletivo da Cidade, MST, MTST, MPL, RENAJOC, Quilombo Estereótipo, Nosso Coletivo Negro, Movimento Hip Hop, ArtSam, MADEB, FOAFRO e Família Hip Hop, diziam de onde vinha boa parte dos negros que se aquilombaram naquele final da tarde e início de noite para fazer ecoar o protesto diante de cinco séculos de dores que em momento nenhum tiveram abolição.
Gente que passava em direção à Rodoviária momentaneamente parava de ser transeunte ou espectador na vida para ouvir o som e o brado dos irmãos e irmãs negros que se agigantavam quando tomavam a palavra para vocalizar o drama da juventude negra exterminada em escala genocida, mapeada e documentada estatisticamente.
Dhay Borges, Jô Serra, Leonardo Ortegal e Bebeth foram os primeiros a se revezar na denúncia do falacioso 13 de maio de 1888, marco das políticas de embranquecimento do país, e do 13 de maio de 2015, quando o genocídio da população negra se reforça com outros documentos legais, como as peças de ficção representadas pelos “autos de resistência” e o escárnio jurídico dos brancos que, sedentos de sangue negro mais jovem, batem de novo na tecla da redução da maioridade penal.
“Somos contra a redução da maioridade penal. O sistema é violento com a gente. Quem morre o tempo todo somos nós, nossos irmãos, nossas irmãs”, denunciou Dhay Borges, primeiro orador do protesto. “Há muito eles matam os jovens negros, a novidade é que a Câmara Federal quer ‘legalizar’ a morte do jovem negro”, disse a advogada Jô Serra, que foi a primeira Secretária de Estado da Igualdade Racial do Distrito Federal.  
“O camburão do braço armado do Estado brasileiro se confunde com o porão do navio negreiro”, declamou Leonardo Ortegal, do Fórum de Justiça Juvenil, do Conselho de Serviço Social, que também integra a Frente. Poeta, Ortegal foi uma das vozes jovens da poesia negra brasiliense, como Bebeth, de Santa Maria, Fernando Borges, da Estrutural, Neemias (com CD recém-lançado), Beto Sdr do Quilombo Estereótipo, Ceilândia e o trio Júlia Nara, Pedro e Laís, presentes ao “13 de maio, abolição pra quem?”.
“Estou também aí na luta contra o genocídio da população negra”, disse Pedro.  “Eu também fui vítima disso”, revelou. “No Maranhão, em Macabeira, um policial fardado me baleou no joelho esquerdo porque eu estava descalço na BR – só porque eu sou negro”, contou, antes de começar a entoar Negro Drama, com Júlia Nara e Laís, um panorama de pesadelos negros na cadeia e na favela.
Bebeth declamou “Vícios”, poema sobre como se formou como mulher negra e aprendeu a usar seu poder de mulher preta. “Eu aprendi a me amar, a me olhar no espelho, a exaltar minha negritude”, cantou Bebeth. “Na comunidade nós somos chamados de bandidos, mas aqui no Congresso eles são chamados de políticos”, cantou Fernando Borges, que veio ao ato para fortalecer o movimento contra a redução da maioridade penal.
Em meio a toda indignação carregada durante séculos de opressão, Gilza trouxe reflexões com suas interrogações, pois, num país de maioria negra, por que os negros ainda precisavam reivindicar cotas, por que a maioria da população de rua ainda era negra?
É importante ressaltar que a construção desse ato, foi feita pela Frente Nacional Contra Redução da Maioridade Penal DF, composta por: Domingos Olímpio, Lucélia Aguiar, Layla Maryzandra, Israel Victor, Dyarley Viana, Rita de Jesus, Júlio Lisboa, Arthur Antônio, Isís Taínah, Graça Santos, Neide Samíco além de outros nomes citados durante o texto.
A redução da maioridade e o auto de resistência são maneiras de exterminar o negro, disse Wilson Velecy, que vê no horizonte propostas piores. “Aqui no Brasil, vejam que interessante, os autos de resistências aqui no país, só morrem negros. Essa redução não vai reduzir nenhuma violência. O que vai acontecer então? Essa bancada branca vai sugerir pena de morte”, alertou.


Por:  Lunde Braghini Júnior - Jornalista 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

5 ª edição do Escambo Cultural Formação em Expressões Afrodescendente

O Fórum de Juventude Negra do Distrito Federal e Entorno foi convidado a contribuir com os diálogos que ocorreram, durante os dias 10 ás 12 de abril, 5 ª edição do Escambo Cultural Formação em Expressões Afrodescendente 2015, na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul.





segunda-feira, 2 de março de 2015

Com intuito de promover um espaço de sensibilização e diálogo, gerando análises de nossas vivências e realidades a partir de princípios africanistas, o Fórum de Juventude Negra abre seus trabalhos do ano, convidando a todas e todos para a 1ªFORMAÇÃO DE 2015.

domingo, 25 de janeiro de 2015


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A minha vizinha nunca leu Simone de Beauvior. Não conhece Emma Goldman e muito menos já ouviu falar sobre Audre Lorde. A minha vizinha não é acadêmica, nem preta cotista e o máximo que conseguiu chegar, foi até o primário e por contra gosto do pai: "preta minha não vai estudar!". 

A minha vizinha não sabe o que é direitos humanos. Já levou cuspe na cara, chute na barriga, três abusos e um filho no bucho. A minha vizinha trepou com um sujo.

Já foi chamada de nega, vagaba, macaca. Inclusive pelos homens de farda. A minha vizinha não sabe o que é sororidade, às vezes chora de saudade do filho que perdeu, pura sacanagem!

A minha vizinha não é culta. Sempre foi chamada de puta. Jogada na rua, cresceu na labuta. Já foi faxineira, cozinheira, prostituta. Ê mulher de luta! 

Sabe que nem sempre a vida é justa, mas ela busca. Onde ela vive, não existe lei Maria da Penha que a proteja de ser mãe "solteira, diarista e detenta". 

Essa mulher tá abalada.
Aaaah, mas o eurocentrismo ainda a mata.
Tá preparada: hoje vai largar o emprego e ir para o sambódromo (é o jeito), interpretar a mulata. Coitada..."

Texto: Lorena Cristina