quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

APROPRIAÇÃO CULTURAL

Muita gente entrou esse ano em discussões, no mundo todo, sobre apropriação cultural, mesmo sem saber do que se tratava. Tanto em um episódio de How I Met Your Mother, quanto o clipe de Hello Kitty da Avril Lavigne foram acusados de racismo contra a cultura chinesa e japonesa, respectivamente. Além desses teve também a Alessandra Ambrósio usando um cocar indígena como acessório em uma foto no Instagram, gerando muita polêmica. Uma boa quantidade das pessoas não entendeu como esse tipo de construção pode ser racista, já que não tem a pretensão direta de ofender perante a características étnicas de uma pessoa específica. Esse tipo de racismo, porém, vai além de algo de tão fácil percepção, pois ele atinge mais fundo: à identidade de um povo.

Pra quem não conhece, Apropriação cultural é quando uma cultura usa aspectos de outra como acessórios à sua, num sentido bem resumido. Isso significa que tanto o contexto quanto o significado daquilo que você se apropria são descartados quando isso acontece. Sabe quando novelas como O Clone e Caminho das Índias fizeram sucesso e do nada aprendemos vários bordões que teoricamente seriam como esses povos falavam e consumimos vários produtos relacionados à essas novelas, em vestuário e decoração, sem saber direito se era assim que eles se vestiam ou decoravam nesses países, e muito menos sabendo o significado disso ser usado ou em qual contexto era usado? Então, isso é que é apropriação cultural.


"O que há de errado nisso?", você pode pensar. Para responder, posso usar um dos casos mais antigos de apropriação cultural conhecido. Durante a primeira metade do século XI até a primeira metade do século XX, no teatro e cinema americano, via-se a inserção da figura do negro nas narrativas. Mas, ao invés de atores negros nesses papéis, houve o que ficou conhecido como Blackface: literalmente, atores brancos pintavam a cara de tinta preta com bocas desenhadas como as de palhaço, gerando uma imagem vexatória e cômica da imagem do negro, ao invés de uma real representação.
O problema da apropriação cultural é que, ao tentar consumir uma cultura a partir de algo que não é dessa cultura, não temos visibilidade real das pessoas com essa identidade, e, ao invés disso, geralmente caímos em estereótipos. E todos nós sabemos bem como estereótipos podem afetar nossa sociedade: quem tá de fora associa essa ideia como a real sobre aquele grupo, ao passo que quem tá de dentro se sente limitado pelas ideias. É só lembrar de como a gente se sente como a gente é estereotipado pelos gringos, como no caso do episódio dos Simpsons ou daquele filme de terror "Turistas". Por que diabos então achamos que temos o direito de fazer o mesmo com a Índia?

Estereótipos, porém, vão além, porque eles se acumulam ao longo do tempo, formando as histórias únicas, que são hoje em dia grandes limitadores de vermos o mundo como ele é, e grande construtores de censo comum, no sentido negativo da palavra mesmo.
video uma história única
As histórias - junto com objetos, músicas, comidas e expressões artísticas - podem ajudar nesse processo, mas claramente não se você tirar as pessoas e os significados delas. Desse jeito não temos cultura, e sim só uma carcaça sem nenhuma profundidade. E é preciso, de uma vez por todas, parar de confundir a carcaça com a cultura.
texto tirado do blog: http://nossa-caixa.blogspot.com.br/2014/08/apropriacao-cultural-e-historia-unica.html

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Programação EPOJUNE - I ENCONTRO POPULAR DE JUVENTUDE NEGRA DISTRITAL FEDERAL E ENTORNO


Programação
Sexta-feira (07/11/2014)
18h30: Recepção e Saída.
20h00: Credenciamento e acomodação nos quartos.
20h30: Jantar.
21h30: Mística de acolhida: Resgate dos ancestrais.
22h00: Abertura do Encontro.
- Memória Nagô: Síntese da atuação do Fórum Nacional de Juventude Negra e Fórum de Juventude Negra do DF: Marlene Lucas e da Rede de Educação Popular – RECID: Jefferson.
-Apresentação da equipe organizadora do evento;
-Acordos de convivências;
-Divisão dos Grupos de Trabalho (Vai procurar sua turma!).
23h00: Encerramento.
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Sábado (08/11/2014)
07h00: Café da manhã.
08h00: Mística: Celebração dos mártires.
08h20: Memória do acordo de convivência a atribuições dos GTS..
08h30: Trocando ideias: Genocídio da população Negra. Facilitadora: Larissa Amorim Borges.
09h30: Vídeo.
10h00: Lanche.
10h30: Trocando ideias: Extermínio da Juventude Negra. Facilitadora: Graça Figueiredo.
12h30: Almoço.
14h00: Roda de conversa: Juventude Negra e as Ações Afirmativas: Gilson Rego e Carmélia.
15h20: Oficinas:Grupos de Trabalho: Mobilidade Urbana: Paique e Cultura Negra: Marcos Soares.
17h00 Lanche.
18h00: Apresentação das oficinas.
19h00: Janta.
20h00: Noite Crioula (Sarau e Feira de Troca).
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Domingo (09/11/2014)

07h00: Café da manhã.
08h20: Mística: Afetividade Negra.
08h30: Trocando ideias: Gênero e Afetividade. Facilitadores: Márcia Santos, Dhay Borges e Ludymilla Santiago.
10h30: Lanche.
11h00: Avaliação.
11h30: Mística de Encerramento.
12h00: Encaminhamentos.
12h30: Almoço.
14h00: Saída do ônibus.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

LISTA OFICIAL SELECIONADOS - I EPOJUNE DFE

Sejam todas e todos bem vindos ao I ENCONTRO POPULAR DE JUVENTUDE NEGRA DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO

LISTA FINAL


Qualquer dúvida entrem em contato: forumdajuventudenegradf@gmail.com

SELECIONADOS EPOJUNE

Adriano Fiúza
Alain Amorim
Aline Pereira da Costa
Arthur Nnang
bárbara dourado
Bianca Lorena
Carlos Alexandre Bezerra
Carlos Roberto da Rocha Reis Júnior
Caroline Lima
Charlote Emanuele da Silva Sousa
Cristiane Mota
Daniel Costa
DANIEL SOUSA SANTOS
Dayse Rodrigues de Jesus
Dhay Borges
Dyarley viana de oliveira
Edilaine Rocha
ELISÂNGELA GOMES DA SILVA
Erick Oliveira Alves de Souza
Fabiane Oliveira
Fábio Henrique da Silva
Felipe Cerqueira Santos
Felipe Coimbra Moretti
Fernanda Torres da Silva
Filha do Quilombo
Gil Amaro
Heliúdio Gomes da Silva
HUD
Ingrith Calazans
Ísis Higino
Israel Victor de Melo
Jamila Terra
João Pedro Silva de Abreu
João Pedro Silva de Abreu
Juliana Araújo Lopes
Juliana Helena Da Cruz
Júlio Lisboa
Luana Gomes dos Santos
Luana Luizy
Lucas Miguel Salomão Meireles
Luciana Soares
Luisa Mattos da Costa
Marcelo Caetano
maria dos santos teixeira muniz
Mariana Alves Barreto
Mariana S. F. de Almeida
Marlene da Silva Lucas
Mateus Novais Siqueira
Michelle Santos
Naomy Cary
Natália Maria Alves Machado 
nina ferreira barreto
Rafaela Miranda da Silva
RENATA PRISCILA OLIVEIRA FONSECA
Rita Pereira de Jesus
Silas Amadeu dos Santos
Stella Sabino Gomes
Tiago Neto da Silva
vitor machel santos severino
Yuri Cardoso Barreto


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Primeiras informações sobre o EPOJUNE e a seleção de participantes

Primeiras informações sobre o EPOJUNE e a seleção de participantes

Caros irmãos negros, caras irmãs negras,

Inicialmente, gostaríamos de agradecer por suas pré-inscrição no I EPOJUNE – DFE.  O primeiro passo foi um sucesso! Tivemos mais de 100 (cem) jovens mobilizados e mobilizadas para o tão aguardado Encontro. Isso demonstra o poder das juventudes negras em diversos espaços, além de definir como somos fortes para uma atuação popular e afrocentrada!
                Mesmo com todos os pontos positivos dessas respostas, temos o pesar de comunicar que, infelizmente, não temos recursos logísticos para atender toda essa demanda de juventudes negras, e como havíamos ressaltado em nossa Carta Convite, as vagas eram limitadas. Por isso, e, nesse sentido, apresentamos os critérios de participação ou seleção de participantes. Decidimos, coletivamente, quais seriam esses critérios ─ todos abarcados por discussões de níveis nacional (Fórum Nacional de Juventude Negra) e distrital (Fórum de Juventude Negra do DF e Entorno). São eles:
i.                    Raça/etnia: comunidade negra – pretos e pretas, pardos e pardas
Acreditamos que um debate mais afrocentrado, ou seja, com um recorte mais específico de uma comunidade que vem sendo historicamente massacrada, potencializa a capacidade de evidenciar as relações de Racismo perpetuadas no Brasil e no Mundo.
ii.                 Idade: comunidade jovem, de 15 a 29 anos
Inúmeras pesquisas revelam como a juventude vem sendo exterminada. Esse fenômeno se intensifica sistematicamente na juventude negra. Por isso, percebemos que um enfoque nessapopulação de 15 a 29 anos é extremamente estratégicopara oenfrentamento ao genocídio do povo negro e para a permanência dos diálogos com o Fórum de Juventude Negra do – DFE.
iii.                 Paridade de gênero, identidade de gênero e orientação sexual
A participação paritária de todas as representações de gênero, identidade de gênero e orientações sexuais realiza um diálogo mais democrático no sentido de permitir a pluralidade de vozes no enfrentamento às práticas de Machismo, Racismo, Lesbofobia, Homofobia, Bifobia e Transfobia.
iv.                Pluralidade de regiões
A Periferia é ocupada, majoritariamente, pelo nosso povo negro. Nossas lutas são populares! Mais uma vez, é preciso fazer um recorte socioeconômico e racial para revelar o contínuo distanciamento de realização de direitos fundamentais. O EPOJUNE –DFE é da Periferia!!!!
v.                  Engajamento político
Sabemos que a militância tem ocupado inúmeros espaços públicos de poder. Um deles é a Universidade, e, consequentemente, os Movimentos Estudantil e Partidário.  Nosso intuito é priorizar àqueles e àquelas que não tenham vínculo com determinadas instituições, visto que quem está na mira do revólver, muitas vezes, não tem acesso a esses espaços.
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Em breve, entraremos em contato (via telefone ou email) para escurecer alguns encaminhamentos.  Agradecemos imensamente por sua compreensão.
“Há braços” afrocentrados!
Fórum de Juventude Negra do DF e Entorno


(61) 8132-7631 Layla; (61) 8157-5128e (61) 86053205 Israel; (61) 8332-0565 Mariana

terça-feira, 23 de setembro de 2014

ENCRESPA GERAL - Brasília


O Fórum de Juventude Negra DFE, esteve presente no domingo dia 21 de setembro no evento Internacional ENCRESPA GERAL Brasília.
O ENCRESPA tem como iniciativa, a valorização dos cabelos naturais, crespos e cacheados, através de rodas de diálogo, oficinas e depoimentos, dando visibilidade a uma identidade “encrespada”.
Nesta edição tiveram também o ENCRESPA KIDS, uma pequena roda de diálogos com leitura de livros e desenhos que valorizam a identidade da criança negra.
O FOJUNE contribuiu com a presença de Layla Maryzandra, dialogando e refletindo sobre Hierarquização de Texturas e dando oficina de tranças. Além da presença de Dyarley Viana e Ritinha Jesus e Aline Costa também integrantes do FOJUNE.
Aproveitamos o evento também para divulgar nosso I EPOJUNE – Encontro Popular de Juventude Negra que abre as inscrições ainda está semana, fique de olho.

O evento foi idealizado por Eliane Serafim, moradora de São Paulo, hoje acontece em torno de 17 cidades do Brasil como Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Goiânia, Manaus, Juazeiro, Olinda, Campo Grande entre outras, tomando já uma proporção internacional em lugares como Londres, Dublin e Austrália.

O Fórum de Juventude Negra DFE, agradece em especial a Beatriz Andrade, Andreia Lindolfo e Brenda Lima pelo convite.































domingo, 24 de agosto de 2014

FOJUNE DFE NA MARCHA

        A marcha aconteceu simultaneamente em 19 estados brasileiros e em 15 países, durante todo o dia 22 de Agosto.   Assumindo a tarefa de lutar, resistir e construir um projeto político do ponto de vista do povo negro, sob o tema “a luta transnacional contra o racismo, a diáspora negra contra o genocídio”.


A estudante Mariana Barreto, que integra o Fórum de Juventude Negra do DF e esteve à frente da Marcha, conta que a ideia é chamar a atenção para temas pouco debatidos pela população. “O índice de mortalidade negra é muito alto e boa parte vem da Polícia Militar. Quando morre um jovem, morre toda uma família por trás”, ressalta.




"O objetivo da marcha é dar visibilidade à questão. Quem está marchando aqui são as pessoas da periferia, dos assentamentos. Queremos dar vez para aqueles que estão à margem, que não falam", disse uma das organizadoras da marcha, Layla Marisandra, do Fórum da Juventude Negra. "No DF, não é diferente dos outros estados. Aqui temos um cordão invisível que divide as asas [Sul e Norte] do Entorno e das [cidades]-satélites. Tem uma população que só vem ao centro para trabalhar."

Leia a matéria completa em: agenciabrasil


Layla Marisandra, 31 anos


Educadora social e membro do Fórum Nacional da Juventude Negra


“Estamos aqui para dizer que, apesar de tudo, nós, mulheres negras, ainda estamos vivas! Somos invisibilizadas desde uma entrevista de emprego até a nossa afetividade. Quanto mais escura, quanto mais crespo o seu cabelo é, mais invisibilizada se torna pela sociedade”


Leia a matéria completa em: Revista Fórum


Brasília


Curitiba

Belo Horizonte

Espirito Santo

Manaus

Salvador
São Paulo


II MARCHA (INTER) NACIONAL CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO

          O Fórum de Juventude Negra do Distrito Federal e Entorno esteve presente, na II Marcha (inter) Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro, assim como outros fóruns de juventude negra espalhados no país.
            A Marcha no Distrito Federal, ocorreu de forma muita tranquila e pacífica, dando visibilidade ao principal objetivo, deu voz aqueles que normalmente são invisibilizados: a mulher negra.

De uma das falas destacamos a de Dyarley Viana, atuante no Coletivo da Cidade e no Fórum de Juventude Negra.
            A mesma ressaltou sobre, a separação geográfica existente entre o Plano Piloto e as cidades satélites (bairros periféricos), sobre a importância de Marcharmos nas “asas” do avião. Do avião que não foi planejado para que pretos transitassem, a não ser para mão de obra. 
Texto e fotos
Layla Maryzandra